segunda-feira, 14 de outubro de 2019

terça-feira, 8 de agosto de 2017

A Caça

Para não ser tão mentiroso larguei a intenção de impressionar e passei a vasculhar o que se movia nas entranhas e atacava meus dedos como tentáculos de serpentes a buscar o aplauso alheio. Não sei informar bem ao certo que especie de animal é esse que se move na selva e vem até mim me levando a lutar por uma heresia que nos conduz ao pináculo diabólico da gloria, o que sei é certo é que ele existe e me atinge noite e dia ao caminhar na rua, ao olhar para mim ou ao lutar contra as horas e contra o corpo que clama descanso. A necessidade de se espalhar no espaço e chegar no mais profundo do inimigo, atingindo lhe em cheio e me tornando rei do instante, unica triunfador do jardim das delicias. Como uma lança, caminhei com pressa chegando ao fundo do que buscava, ainda que não encontrasse limite vi o tempo se fechar como um funil e tudo passava pela minha mente que invocava substancias alegres como palhaços ou bobos da corte. Fui me tornando eufórico, caminhava cada vez mais decidido e tudo isso movia meu espirito dentro de um ritmo frenético que me contava o futuro glorioso que surgiria. Não podia parar para pensar pois assim deslizava feito pena indo de um ponto a outro encontrando o ponto exato que me permitia não ser racional, não surgia logica nas minhas pernas ao andar e por alguns momento senti como se caminhasse sem rumo e de repente o rumo se mostrou e nessa me perdi o que buscava ou encontrava se confundiu, já não sabia se andava ou voava, encontrava ou se escondia, minhas mão ficaram trémulas e agora eu mentia, ao mentir eu percebi que o fim tinha chego. Que fim triste seria se no fim me carimbassem a porta de entrada para a alegria seria como o aval da minha mentira, mas os mentirosos concordariam. Penso agora como é fácil ser sincero mas como é bela a mentira, já não quero pensar mais fico a pensar "não quero pensar" apenas voo como uma ave que quer chegar ao ponto correto da descida que é como planar e olhar para baixo e ver as letras que ficaram. Depois, descanso.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Ao seu Tempo


Escutarás teu nome entre gritos e gemidos, de uma forma antes não escutada, e gelarão vossos ossos. Materiais? Mortais? Sentirás o amor alheio, feito sangue vivo, se esvaindo face à morte. Escreverão com sangue a vossa sentença, julgando lhe indiferente frente à vida, condenado estarás e todos os anjos de Deus descerão do céu vestidos de demônios, se ajoelharás e não acharás perdão dentro de si, terás vergonha no orar e no pedir. Terás vergonha do sexo bendito, mas não conseguirás esconder sua mentira, a qual, disfarçada, estará por traz da couraça do tempo. Mas serás a forma viva de todo o erro que se inicia com o mais simples dos pronomes. Sentirás o desespero ao olhar no olho do leão, que avança, e fugirás em vossa fuga inútil. Sentirás a morte, antes mesmo que ela toque vossa carne, e que, com vossos dentes afiados lhe cobrem o empréstimo. Morrerás antes mesmo da própria morte, como a ilha sagrada velada entre as brumas, desespero dos infiéis navegantes. Entrarás em Deus, morte eterna, e não saberás mais quem é Deus, verás tua lógica, vossos silogismos e vossas contradições se perderem. E duvidarás de tudo e não mais vai querer estar ali, sentirás sim! A agonia e não estarás triste, mas serás a própria tristeza, e não estarás desesperado, como tantas vezes em vossas medíocres vidas acreditou estar, mas encarnarás o próprio desespero. Demônios malditos ou anjos de Deus? Pegarás e não irás ter, olharás e não verás, beijarás e não sentirás nada, teu sexo serás seco e lógico. Abraçarás vossos entes queridos e nunca chegarás a tocar-lhes vossos corações. E buscarás abraços mais apertados e peitos mais acolhedores para descansar vossa cabeça pesada, mas no fim de toda noite sentirás frio, Nuit! Saberás que a única certeza do dia é à noite e da juventude é à velhice. E que vosso sexo se enfraquece com o tempo e que vossa cabeça adquire o peso da pedra, e que por isso não necessitarás de grades e nem de algemas para estar preso. E quando, por fim, o leão vier calmo e sereno degustar de vossos ossos,lhe faltará às forças e irás por fim devolver tudo que lhe emprestaram, e não serás mais nada. Nem dor, nem angustia, nem tristeza e nem alegria, perdera a si mesmo em um oceano profundo.Então não morrerás, mas serás a própria morte, a fuga ultima de todos os fracos e ricos de espirito.


Autor: Filipe Zander

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Mediocre-idades

Medíocre são as recordações
Presentes da idade
Extrato da destilação do tempo
Que feito faca corta
Penetra cada centímetro de segundos
Assim devasta a vida
Provoca dor e nos presenteia a cicatriz, que é um epitáfio
Lembranças, mediocridades
Migalhas da vida
Se a vida é um pão de trigo
Se, é o alimento do banquete sagrado
A nós sobrou apenas o rastro do tempo
Migalhas, ainda que se coma todas
Pois não se come a vida inteira
A qual é cuspida no parto
E se espalha feito bolas de sabão
Divide-se e é sentida a tics e tacs
Letras, segundos, notas, unidades
Ah! Vida, como é sem graça
E a overdose mata
Só nos sobra à verdade
O pão inteiro
Que não se dá as migalhas
A verdade, tudo e nada mais
Presente de Deus
Sovado pelo homem
E presenteado ao Filosofo
Aquele que esta entre os deuses e os homens

Autor: Filipe Zander

terça-feira, 11 de setembro de 2012

....


A vida, que ridícula é a vida. E alguns, por isso perceber, passam a bailar com ela e saem desse jogo maldito, que condena sábios e mendigos, que nos faz passar por ela à discutir segundos, a jogar na cara semanas e paixões não resolvidas. Não te percebes, homem! Que não estas aqui para ganhar. Besta parida! De uma caverna maldita. Animal! Despertai, antes que entregues tuas ultimas fichas. Neste jogo, no qual tua mão já começa perdida. Quer comprar a vida, fazer dela sua escrava-amiga, esqueça besta maldita! A vida já começa com a mão batida. 

Jogue as cartas na mesa, afaste as cadeiras, segure bem forte a cintura da vida, e dance um tango ou um mambo. Olhe nos olhos desta dama no seu sorriso de criança e sussurre em seus ouvidos “Te amo”. Então estarás desperto e será um com a vida.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Morte

 
Quando o braço é a terra
Mãe ingrata que dá a luz e nunca abraça 
Que aguarda, ri e come cada filho 
Mãe que envolve e guarda que destrói e mistura 
Que recebe lagrimas 
Das quais nasce espada, nasce fogo 
Nasce a mata
e mata 
Mãe ingrata
Não só gera, mas sustenta 
Dá esperança 
Que guerra é essa?
que se sustenta entre cada pé e cada pedaço de terra
A vida, quase uma maldição!
Tendo cor azul parece negra 
Feito o céu que mostra estrelas
É essa vida, negra, maldita 
Dos filhos ingratos 
Poetas e profanos 
Mal gerados, mal nascidos
O mal sustentado pela terra 
que provoca guerra 
E desperta cada fera 
Fera, fera, fera
Que não querem se entregar ao ultimo abraço 
derradeiro e envolvente abraço 
materno
mãe, mãe terra
há que te amar, antes que seja terra
  

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Filhos Malditos



Saímos todos do ventre de uma natureza que jaz morta. Des de então tentamos ser reto. E sei que no nosso intentar, Deus como Ser astuto que é, a de tocar, num dedo que seja, dessa genética adâmica. Eu, seu filho maldito hoje persisto em tentar me encontrar. Sabendo, talvez, que não a um Eu a se achar. É duro ser filho de um Deus louco e órfão de mãe. E é na amargura que agente testa a tortura. E aprende que nada que sai da boca vale a pena ser dito. Porque as verdadeiras coisas simplesmente penetram. Nunca são ditas, apenas comidas. Banquete de um Deus louco. Que em pratos benditos, nos brinda natureza morta. No cálice de vinho, tem sangue. Historias mórbidas. E quando menos se espera tudo se acaba, sem respostas, sem nada. E ai se percebe que junto à razão, a qual Deus renegou, nos foi dada a grande dadiva de sofrer mais que o necessário.  

FZS
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